domingo, 2 de novembro de 2014

A mediocridade



Paulo de Tarso falou à comunidade judaico-cristã que:  “ não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” Romanos 12:2
Pessoas medíocres são medianas e se contentam com o status quo, não buscam o melhor, não me refiro a querer ser  melhor que os outros, mas sim ser melhor que a si mesmo.  Afinal somos eternos aprendizes. O fisiologista francês Claude Bernard diz: É o que nós pensamos que sabemos que nos impede de aprender.

A mediocridade reina em autoridades, altos cargos, líderes, e pessoas comuns. Tememos errar, tememos ofender, não ser aceitos e por isso não avançamos em aguas mais profundas, e preferimos as margens.
É bom de vez em quando fazer algo que seja arriscado ou fora dos padrões, porque o crescimento sempre vem com as experiências. Não estou querendo dizer que fazer as coisas certas é ruim. Estou querendo dizer que ser “engessado” demais pode ser um problema, porque a pessoa não se abre a novas possibilidades. Lembro quando trabalhei em uma empresa onde fazia o processo de contratação em um dos questionários usado, tinha a uma pergunta: Quantas vezes você deve errar na  empresa? Tinha varias opções , 1. 2 .3 ou nenhuma. Por orientação da empresa eu deveria dar como resposta certa a opção nenhuma, porém eu insistia em que o funcionário que ficar preso a essa regra de não erra, acaba ficando medíocre e não arrisca em fazer algo melhor pela empresa, e advinha? os melhores funcionários eram os que de fato não tinham medo de errar. 

Sem a criatividade e o desejo de fazer algo diferente, não desejaríamos ser melhores como pessoas, nem aprender bem um ofício; não existiria progresso ou desenvolvimento, nem nada de novo à face da Terra. Viveríamos em cavernas.
Quem é génio, quem é  artistas ou simplesmente  “anormal” é revolucionário,  sai do status quo , discuti a norma em vez de cegamente aplicar.
O indivíduo medíocre representa uma jóia para o sistema, pois é o consumidor ideal, fácil de manipular, e não questiona a autoridade nem as normas. Talvez por esse motivo, o modelo educativo, religioso e politico gostam dos medíocres e tem como inimigo o “anormal”.
Nesse caso, estará a excelência reservada a uma pequena minoria? Não é preciso ser Aristóteles ou Einstein; a excelência também está presente nos que sabem admirar o talento dos outros e tomá-lo por modelo.
Não depende das notas na escola, nem da classe econômica, nem da profissão. Um humilde gari pode buscar a excelência se for capaz de ter um bom gosto para se vestir, embora a roupa seja barata, e saberá escolher os amigos, distinguir um bom filme de um fraco e apreciar a beleza de um pôr-do-sol. Do mesmo modo, é possível que um líder político ou um multimilionário seja um medíocre, sem capacidade para distinguir o excepcional. Por muito dinheiro, fama ou poder que tenha, a decoração da sua casa não terá grande estilo, dificilmente saberá escolher pessoal bem preparado para o auxiliar e não conseguirá distinguir sozinho uma verdadeira obra de arte de uma variação oportunista sobre os temas da moda.

Quanto mais alguém tiver inclinação para a excelência, menos satisfeito estará consigo, enquanto o medíocre quase não tem a sensação de fracasso e sente-se, geralmente, satisfeito com a vida que leva.

Por isso creio que se nós não quisermos ser uma pessoa medíocre, temos que ser diferente, dizer não ao adestramento, ser menos confortável e sair do obvio. Mas saiba que é um caminho que tem seu preço. Como diz Sofocleto “ A mediocridade é a arte de não ter inimigos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário